Quercus quer Portugal a apoiar combustíveis mais limpos nos transportes

Foto
Bruxelas quer distinguir combustíveis com elevados teores em carbono das fontes convencionais de petróleo Benoit Doppagne/Reuters

O Governo português deve apoiar a proposta da Comissão Europeia sobre o uso de combustíveis mais limpos nas empresas distribuidoras de combustíveis, pede a associação ambientalista Quercus.

Nesta sexta-feira estará em discussão uma proposta de Bruxelas no âmbito da Directiva sobre Qualidade dos Combustíveis, de 2009, peça crucial para que a União Europeia consiga reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa.

A directiva “impõe às empresas que introduzem combustíveis no mercado a obrigação de reduzir em 6% a pegada carbónica dos produtos que comercializam entre 2010 e 2020”, diz a Quercus em comunicado. O sector dos transportes terá de reduzir as suas emissões em 60% até 2050.

A Comissão Europeia propõe agora a “a introdução de valores por defeito de emissão de gases com efeito de estufa para os vários combustíveis fósseis”, permitindo distinguir combustíveis com elevados teores em carbono – carvão, gás natural ou areias betuminosas – das fontes convencionais de petróleo.

Por exemplo, “estudos recentes demonstram que o processo de produção de gasolina a partir de areias betuminosas emite mais 18 a 49% de emissões de gases com efeito de estufa do que a produção de gasolina convencional na União Europeia”, diz a Quercus.

A posição que o Governo português irá assumir na reunião em Bruxelas desta sexta-feira está a ser concertada entre os Ministérios da Economia e do Ambiente. A Quercus, que já se reuniu com o secretário de Estado do Ambiente, Pedro Afonso de Paulo, sobre esta questão, pede ao Governo um “claro apoio a esta proposta”, afastando-se dos países que colocam “em causa os benefícios ambientais da directiva”.

“A não adopção desta proposta daria um sinal incorrecto ao mercado de que pode basear a oferta futura de combustíveis em fontes com elevadas emissões de dióxido de carbono (CO2)”, disse também.

Notícia alterada às 14h11 de 30 de Novembro, substituindo “empresas transportadoras” por “empresas distribuidoras de combustíveis”.
Sugerir correcção
Comentar