Lixo eléctrico e electrónico pode chegar às 11 mil toneladas em Portugal

Onze mil toneladas de equipamentos eléctricos e electrónicos em desuso deverão ser recolhidos este ano, através de 1056 pontos de recolha, anunciou hoje a ERP Portugal, uma das entidades gestoras de resíduos.

A entidade está integrada na ERP (European Recycling Plataform ou plataforma europeia de reciclagem), presente em 11 países europeus e que está a comemorar o facto de ter atingido um milhão de toneladas de resíduos eléctricos e electrónicos reciclados.

Para assinalar o resultado do seu trabalho, a ERP envolveu os consumidores, aproveitando para sensibilizar para a necessidade de reciclar aquilo que já não é usado, através do que chama "festa da reciclagem". Em Lisboa, será realizado, na quinta-feira, um concerto em que um equipamento antigo que contenha pilhas "vale" uma entrada.

Com uma quota de mercado de cerca de 32 por cento no mercado nacional, chegam aos pontos da ERP Portugal máquinas de lavar roupa, o equipamento que aparece mais, frigoríficos, equipamentos de ar condicionado, TV, monitores de computador, telemóveis ou lâmpadas que já não funcionam e têm como destino a reciclagem.

Este ano "vamos cumprir o objectivo das 11 mil toneladas que temos de recolher e no ano passado tiramos 10 300 toneladas", disse hoje à agência Lusa o director geral da ERP Portugal, Ricardo Neto, destacando o “bom comportamento” dos portugueses nesta área.

Metade dos resíduos chega aos centros de reciclagem através dos distribuidores de equipamentos eléctricos já que, quando compra um aparelho novo, como um frigorífico ou uma máquina de lavar, o consumidor pode pedir que o antigo seja recolhido.

Mas, também existem ecocentros, resultado de acordos com sistemas municipais, e contentores pequenos ("depositrões") em espaços comerciais, além de um programa com as escolas, como explicou o responsável da empresa.

Em termos globais "a posição de Portugal é muito boa, já ultrapassamos os cinco quilos por habitante". Os irlandeses têm, por exemplo, um comportamento melhor, mas Espanha está pouco acima dos quatro quilos e este ano desceu a quantidade de material recolhido face ao ano passado, segundo Ricardo Neto.

"Não só cumprimos os objectivos obrigatórios nacionais dos quatro quilogramas como ultrapassamos em 25 por cento. (...) A posição de Portugal é muito boa", salientou.

O director geral da ERP Portugal realçou que os equipamentos recolhidos são todos tratados e reciclados no país e, devido ao aumento da concorrência nesta área, "o preço da reciclagem tem vindo a baixar".

Do processo de reciclagem resultam maioritariamente plásticos, usado para sacos plásticos e outros produtos, como baldes e pás, que não estão em contacto com bens alimentares, metais, que são incorporados em novos equipamentos, e vidro, que pode ser incorporado na indústria da cerâmica, especificou Ricardo Neto.

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